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Educação, Cultura e Ciência

Jorge Abegão *

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Pesem embora os progressos verificados em Portugal na última década no aumento da taxa de escolarização e à diminuição da taxa de analfabetismo (em 1991 era, ainda, de 11%), o nosso país mantém-se, relativamente aos restantes países da Comunidade Europeia, na cauda dos níveis de formação e educação.

Os mais recentes indicadores apontam para valores que situam Portugal ainda longe de uma convergência em relação aos seus parceiros europeus. Em 1993, segundo a OCDE, o nível geral de formação em Portugal revelava que só 7% da população, entre os 25 e os 65 anos de idade, possuía uma aprendizagem superior ao 1° ciclo do ensino secundário enquanto, no lugar cimeiro, a Alemanha possuía, para aquele grupo etário, 82% da população, acima daquele nível de ensino. A Espanha, por exemplo, registava, para o mesmo indicador, uma taxa de 22%. Outros indicadores parecem apontar na mesma direcção. Verificamos, segundo o Observatório do Emprego da C.E, que em 1995, em Portugal e na Grécia, só 19% da população activa, com mais de 25 anos, tinha conhecimentos de informática contrastando com os conhecimentos naquela área de uma taxa superior a 50% da população activa de países como a Dinamarca, Reino Unido, Luxemburgo, Holanda, França e Irlanda.

Curioso destaque merece o facto de Portugal deter, entre os seus parceiros da C.E. e E.U.A., o maior peso de mulheres, 60%, no total dos estudantes ensino superior. Um país com níveis baixos de educação e formação não pode potenciar níveis altos de participação em actividades culturais e científicas. Pelo menos relativamente aos indicadores comparativos mais utilizados. De carácter macro, as estatísticas só incluem normalmente o consumo e a utilização de equipamentos mais clássicos (cinema, teatro, museus, bibliotecas, etc.) ficando de fora práticas culturais e novos consumos significativos da mudança (multimédia, bandas de música jazz, Rock, Rap, etc.). Estatisticamente existe uma tendência para uma uniformização cultural, para uma menor importância da "cultura nacional", resultante, também aqui, da mundialização e internacionalização dos mercados.

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Neste sentido Portugal não foge à regra e, embora com um nível de frequência mais baixo, acompanha as grandes tendências europeias e mundiais: "democratização" de uma "cultura de elite" relativamente à maior proximidade da oferta em relação aos cidadãos (museus, bibliotecas, espectáculos de música e dança, etc.) e uma tendência de "cultura de massas" que passa cada vez mais pelo ecrã televisivo. O cinema em Portugal, por exemplo, tem, à semelhança de outros países como a Espanha e França, registado uma diminuição significativa de frequentadores, quebra geralmente atribuída à expansão da televisão mas que outros atribuem também a uma alteração da estrutura do público (mais jovens).

No campo científico e Tecnológico Portugal faz parte do clube de países cujo Sistema Científico e Tecnológico (SCT) apresenta um baixo nível de desenvolvimento, o qual pode ser, resumidamente, inferido por:

• Um baixo nível de despesa total em I&D: 0,63% do PIB em 19921 (0,54% em 1990), contra os 2,5% da Alemanha e os 2,4% da França;

• Uma fraca participação da população activa em actividades de investigação e desenvolvimento experimental (em 1992 o pessoal total em I&D em Portugal correspondia a 3,0%o da população activa, na Alemanha a 12,5%o, e na França a 12,2%);

• Um fraco envolvimento do sector empresas no financiamento das actividades de I&D (em 1992 o sector empresas era responsável pelo financiamento de apenas 20,2% das despesas totais em I&D, contra os 60,8% na Alemanha e os 45,7% na França);

• Baixo nível de educação e formação profissional; a que existe não é devidamente orientada para as necessidades do mercado actual e futuro; No espaço europeu, que integra, Portugal faz parte do clube de países com uma despesa em I&D em percentagem do PIB inferior a 1 juntamente com a Grécia e Espanha. Tal comportamento reflecte claramente a fraca importância que assume, nestes países, a inovação tecnológica como pilar da competitividade das respectivas economias.

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* Jorge Abegão

Licenciado em Sociologia pelo ISCTE. Consultor permanente da CESO I&D. Director da APSIOT (Associação Portuguesa de Profissionais em Sociologia Industrial).

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Dados adicionais
Gráficos / Tabelas / Imagens / Infografia / Mapas
(clique nos links disponíveis)

Link em nova janela Cinema - número de espectadores por 1000 habitantes

Link em nova janela Número habitantes por aparelho de TV

Link em nova janela Nível geral de formação em percentagem do total

Link em nova janela Mulheres no ensino superior: % do total de estudantes do ensino superior

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