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ESTE ARTIGO CONTÉM DADOS ADICIONAIS CLIQUE AQUI! A informação organizada sobre esta matéria é infelizmente limitada e os dados disponíveis são extremamente escassos. Só existem estatísticas muito completas sobre os estrangeiros que frequentam as escolas do ensino básico, graças ao Programa Entreculturas do Ministério da Educação. Em contrapartida não obtivemos estudos quantitativos sobre os estudantes africanos que frequentam a universidade portuguesa (um dos poucos trabalhos sobre o tema — "Estudantes africanos em Lisboa" editado pela OIKOS em 1994 — não apresenta qualquer dado estatístico sobre o número dos estudantes em causa). Do mesmo modo, as fontes de informação são tão dispersas e tão volúveis que não conseguimos dados credíveis acerca da presença de portugueses no sistema educativo dos países africanos. Foi possível obter elementos informativos sobre a "mobilidade" de estudantes e de professores no âmbito do Programa Erasmus (Sócrates) apoiado pela União Europeia. Apesar de circunscrito aos países membros da UE e aos da antiga zona EFTA, esse programa permite o intercâmbio de milhares de jovens que fazem parte dos seus estudos universitários num país estrangeiro, envolvendo dezenas de instituições universitárias. Para além disso, foi ainda possível reunir um certo número de indicadores sobre o que se poderia chamar o grau de internacionalização da escola e da investigação científica portuguesas. Mais do que noutros contextos, a palavra "indicador" tem aqui o seu real significado. Na ausência de um quadro global, há que recorrer a dados sectoriais (alguns deles, aliás, já um pouco antigos), para tentar observar aspectos fragmentários desse processo de internacionalização. Não conseguimos saber quantos portugueses se foram doutorar ao estrangeiro; mas podemos saber quantas equivalências a doutoramento foram concedidas pelas universidades portuguesas, entre 1970 e 1992, a diplomas obtidos em universidades estrangeiras; como sabemos quantas bolsas de estudo o Programa Ciência (também ele apoiado pela UE e privilegiando as ciências exactas e a área tecnológica) atribuiu para doutoramentos e mestrados no estrangeiro, entre 1990 e 1993 (embora os processos de formação se arrastem para além desta data); ainda a título de indicador, registámos quantas bolsas foram concedidas pelo Instituto Camões, em 1995, para a deslocação de professores universitários, investigadores e intelectuais portugueses a congressos, conferências ou seminários no estrangeiro. A estas instituições estatais deveriam acrescentar-se muitas outras iniciativas que se prendem com a internacionalização da educação e da cultura, permitindo observar as tendências quanto aos países de destino nos diversos sectores. Um caso bem conhecido é o das grandes Fundações. A Fundação Calouste Gulbenkian é pioneira nesta orientação e ainda hoje ocupa um lugar de relevo no domínio do intercâmbio cultural e científico. À parte todas as suas iniciativas culturais específicas (realização de espectáculos e exposições que promovem a interacção entre artistas nacionais e estrangeiros) tem sido notória a sua acção no que respeita à concessão de bolsas de estudo para o estrangeiro. Em 1994 a Fundação atribuiu 91 bolsas de longa duração para domínios como os das Ciências Exactas e Tecnológicas (35), as Ciências da Vida (16) e as Ciências Sociais e Humanas (40), destinadas a centros de investigação do Reino Unido (28), França (16), EUA (15), Alemanha (8), Itália (4), Espanha (3), Suíça (2) e Brasil, Guiné-Bissau, Marrocos e Suécia (1 em cada). O Serviço de Belas Artes concedeu 23 bolsas para países estrangeiros abrangendo as Artes Plásticas e Artes Aplicadas, História e Crítica da Arte, Estética, Património, Arqueologia, Design, Fotografia, Arquitectura e Urbanismo, Cinema, Teatro, Gestão das Artes, Museologia e Conservação. Por sua vez, o Serviço de Música renovou treze bolsas e atribuiu mais oito para: Canto (3), Composição (1), Cravo (1), Direcção de Orquestra (1), Flauta (3), Percussão (2), Piano (2), Trombone (1), Tuba (1), Violino (4) e Violoncelo (2). Os destinos destes bolseiros foram a Alemanha (1), Áustria (1), Estados Unidos (4), França (4), Holanda (6), Reino Unido (3), Itália e Suíça (1 em cada) Um outro exemplo é o da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, que tem desempenhado um papel importante no financiamento de programas de cooperação com universidades americanas, apoiando não só a deslocação de portugueses para os Estados Unidos mas também a de americanos para Portugal. O projecto de Relatório da Fundação indica que em 1995 foram atribuídas 23 bolsas de estudo de pós-graduação, 14 bolsas de longa duração na área cultural, às quais se adicionam 139 subsídios de curta duração e 33 estágios de pós-doutoramento em Universidades americanas. Acrescente-se ainda que 10 jornalistas portugueses beneficiaram de um estágio de um mês e meio no College of Communication da Universidade de Boston. Fica em aberto um vasto espaço que é o dos cientistas e investigadores. Quantos estrangeiros trabalham em instituições e laboratórios portugueses? Quantos portugueses fazem percurso científico no estrangeiro? Na impossibilidade de obter dados satisfatórios sobre uma realidade tão alargada e tão movediça, limitamo-nos a divulgar elementos referentes a 1991, recolhidos pela Universidade de Aveiro (junto da JNICT) que tem tido iniciativas no sentido de reunir cientistas portugueses que trabalham no estrangeiro. Podemos identificar os 47 cientistas portugueses a trabalhar no estrangeiro no ano de 1991 e dar a sua distribuição por áreas do saber e países de acolhimento. 18 em Ciências Exactas e Tecnologia: França (7), EUA (6), Brasil (2), Reino Unido (1), Alemanha (1) e Bélgica (1). 16 em Ciências da Vida: EUA (4), França (3), Reino Unido (6), Holanda (1), Brasil (1) e Moçambique (1). 13 em Ciências Sociais e Humanas: França (5), Suíça (4), Reino Unido (2), EUA (1) e Moçambique (1). Equivalências a doutoramento, por área científica, segundo o país do doutoramento, de 1970 a 1992 Bolsas para o estrangeiro no âmbito do programa Ciência 1990/93
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