Pesquisar

  Janus OnLine - Página inicial
  Pesquisa Avançada | Regras de Pesquisa 
 
 
Onde estou: Janus 1997 > Índice de artigos > Relações exteriores: economia e recursos > [Multinacionais em Portugal]  
- JANUS 1997 -

Janus 1997



Descarregar textoDescarregar (download) texto Imprimir versão amigável Imprimir versão amigável

ESTE ARTIGO CONTÉM DADOS ADICIONAIS seta CLIQUE AQUI! seta

Multinacionais em Portugal

Maria Alberto Branco e Miguel Varela *

separador

As Empresas Transnacionais (ETN) apresentam-se, hoje, como actores centrais da cena internacional. Os seus comportamentos dinamizam o processo de globalização da economia mundial, determinando os processos de integração político-económica em curso no Mundo, alteram a posição das economias no quadro da divisão internacional do trabalho, estimulam a concentração da actividade económica em três regiões do Mundo (Ásia, América do Norte, Europa Ocidental), alargam o campo de actuação das empresas privadas e o espaço de penetração do capital internacional.

Estas empresas representam parte importante da actividade económica mundial. De acordo com estimativas das Nações Unidas, em 1989, as vendas mundiais das filiais das ETN representavam quase o dobro das exportações mundiais (incluindo serviços e excluindo trocas intra-empresas). Em Portugal, entre as 50 maiores empresas encontramos cerca de 17 filiais de ETN. Destas, cinco correspondem a filiais de empresas que se encontram entre as 10 maiores do Mundo.

Em 1995, as ETN, em Portugal, foram responsáveis por cerca de 29% das vendas líquidas e 65% dos resultados líquidos das 500 maiores empresas portuguesas. Em 1990, existiam, segundo as Nações Unidas, cerca de 37 000 empresas transnacionais com cerca de 200 000 filiais estrangeiras. Destas, cerca de 26 000 têm a sua origem em 14 economias desenvolvidas.

A análise da origem do capital das ETN incluídas entre as 500 maiores empresas portuguesas traduz, igualmente, uma importante concentração geográfica. As filiais portuguesas das ETN incluídas entre as 500 maiores eram essencialmente de capital americano, alemão e francês, correspondendo as empresas controladas por capitais com esta origem a cerca de 50% das vendas das filiais de ETN entre as 500 maiores. A União Europeia era responsável por cerca de 60% das vendas das filiais portuguesas das empresas multinacionais incluídas entre as 500 maiores.

As ETN empregam cerca de 73 milhões de pessoas no país de origem e no estrangeiro (3% da força de trabalho mundial, 10% do trabalho remunerado não agrícola, 20% nos países desenvolvidos) sendo os empregos directos pelo menos iguais aos empregos indirectos. Os empregos indirectos resultam das ligações estabelecidas entre as multinacionais e empresas nacionais através do fornecimento de matérias-primas e componentes a empresas subcontratadas e fornecedores externos. Estima-se que, nas relações das empresas transnacionais com as empresas do país hospedeiro, cada emprego numa empresa transnacional seja gerador de pelo menos um emprego adicional.

Topo Seta de topo

De acordo com esta estimativa o total de empregos associados às ETN rondaria, no início dos anos 90, cerca de 150 milhões. Em Portugal, as empresas com capital estrangeiro entre as 500 maiores empregam cerca de 74 mil pessoas, isto é, cerca de 22% do emprego total das 500 maiores e de 1,7% do total da população residente empregada. Utilizando a estimativa das Nações Unidas, o emprego total associado a estas empresas é de mais de 148 mil pessoas, isto é, cerca de 3,5% do total do emprego nacional.

Os custos com pessoal per capita nas maiores filiais das empresas multinacionais em Portugal correspondem, em média, a cerca de uma vez e meia o custo suportado pelas maiores empresas de capital privado nacional, indiciando o pagamento de remunerações mais elevadas pelas ETN.

Considerando os sectores mais representados entre as 500 maiores empresas, observa-se que as empresas multinacionais apresentam uma importância considerável em praticamente todos eles: no sector da distribuição de combustíveis, as filiais de ETN são responsáveis por cerca de 37% do volume de vendas; no comércio automóvel por cerca de 39%; na produção de equipamento de transporte por cerca de 80%.

A importância das transnacionais detectadas entre as 500 maiores empresas portuguesas indicia uma importância muito significativa destas empresas no conjunto da estrutura produtiva portuguesa. Este facto não pode deixar de se repercutir no padrão presente e futuro da economia portuguesa, quer pelas potencialidades que apresenta como factor de desenvolvimento, quer pelas ameaças que transporta como factor de bloqueio a esse desenvolvimento.

separador

* Maria Alberto Branco

Licenciada em Economia pelo ISEG. Consultora permanente da CESO I&D.

* Miguel Varela

Licenciado em Economia pela UAL. Docente na UAL.

separador

Dados adicionais
Gráficos / Tabelas / Imagens / Infografia / Mapas
(clique nos links disponíveis)

Link em nova janela Controlo accionista e mercado de emprego - 500 maiores empresas no mercado nacional

Link em nova janela O peso de cada país de acordo com a origem do capital social das 500 maiores empresas no mercado português

Link em nova janelaRanking das 25 maiores multinacionais em Portugal

Topo Seta de topo

 

- Arquivo -
Clique na edição que quer consultar
(anos 1997 a 2004)
_____________

2004

2003

2002

2001

1999-2000

1998

1998 Supl. Forças Armadas

1997
 
  Programa Operacional Sociedade de Informação Público Universidade Autónoma de Lisboa União Europeia/FEDER Portugal Digital Patrocionadores