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O Gás Natural

Isabel Cabrita, Ibrahim Gulyurtlu e Ricardo Manzoni *

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O gás natural é um combustível fóssil de médio poder calorífico, constituído essencialmente por metano, podendo conter propano, azoto e outros gases. Este recurso é usado principalmente para geração de energia. No entanto, trata-se também de uma matéria-prima de grande potencial para a produção de produtos químicos. O gás natural tanto aparece associado ao petróleo como em reservas próprias.

Embora o consumo global mundial de energia primária tenha vindo a manter-se praticamente constante desde 1990, o consumo de gás natural tem vindo a aumentar significativamente, representando actualmente uma quota de 23 por cento, o que equivale a 2026 milhões de Nm 3 . Em todos os mercados o crescimento tem vindo a ser conduzido principalmente pelo sector ligado à produção de energia eléctrica. A análise económica do transporte de gás natural tem vindo a conduzir à construção de infraestruturas de distribuição numa base regional, daí advindo a necessidade da produção regional ser talhada de acordo com os consumos previstos.

As novas descobertas de reservas de gás natural continuam a exceder a produção: o balanço para 1993 registou um aumento em termos de reservas de 2,7%. Com as reservas provadas é possível abastecer os mercados mundiais durante os próximos 67 anos, mantendo as taxas correntes de produção. Os fornecedores conhecidos a nível mundial permanecem fortemente concentrados na antiga União Soviética e no Médio Oriente, os quais, em conjunto, aumentaram a sua quota de reservas para 71%.

O consumo do gás natural na Europa apresenta também um crescimento significativo, liderado pelo Reino Unido onde a procura para produção de electricidade registou um acréscimo de 15,2 por cento. Por sua vez a extensão da rede de gás natural à antiga RDA contribuiu em cinco por cento para o aumento do consumo verificado na Alemanha. A produção de gás natural na Europa concentra-se fundamentalmente na Alemanha, Itália, Holanda, Noruega e Reino Unido. Em Portugal, após a definição de objectivos e delineação do projecto, os estudos conduziram a uma solução mista de aproveitamento do sistema nacional, sob a forma gasosa numa primeira fase, através do gasoduto Magrebe-Europa, e liquefeita a recepcionar num futuro terminal marítimo.

O gasoduto Leiria/Campo Maior interliga a rede portuguesa à rede espanhola, a qual por sua vez está ligada ao gasoduto do Magrebe. O gasoduto do Magrebe, a partir da Argélia e com passagem por Marrocos, ficará ligado à Europa através do estreito de Gibraltar, unindo-se à rede espanhola em Tarifa. A segunda fase compreende a construção de um terminal metaneiro (Setúbal). Quando estiver concluída uma segunda fase do projecto, à qual está associada a construção de uma segunda central termo-eléctrica de ciclo combinado prevista para o final da década, altura em que se prevê também um aumento da oferta internacional de gás natural liquefeito, será possível ligar Setúbal ao resto da Europa, proporcionando alterações ao nível do fluxo comercial.

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Competência nacional

A competência nacional constrói-se e consolida-se endogeneizando o "know-how" e criando ciência e uma tecnologia capaz de dotar Portugal de maior autonomia a nível de infraestruturas e de equipamentos, já que não se pode verificar a nível de recurso. A preparação de Portugal para a entrada de gás natural deve ser apoiada a nível nacional por programas de investigação, desenvolvimento e formação adequados, por forma a reforçar a competência nacional e diminuir o grau dependência do exterior.

Em 1990, teve lugar em Lisboa a primeira grande conferência internacional sobre gás natural, organizada pelo LNETI, sob os auspícios da Agência Internacional de Energia (AIE) da OCDE, onde participaram 19 países da AIE, a União Europeia, o Banco Mundial e a República da Coreia. Nesta conferência foram expostas as tecnologias emergentes, desde a exploração e produção de gás natural à sua utilização. Desta iniciativa surgiu o Centro de Informação Internacional de gás, da AIE, sediado nos Estados Unidos e na Dinamarca, em que Portugal também participa.

A colaboração entre a indústria, as universidades e os centros de investigação nacionais é fundamental na dotação de maior autonomia tecnológica e maior competência nacional, endogeneizando conhecimentos e tecnologias em estreita cooperação com parceiros estrangeiros de países em estado mais avançado neste domínio, e estruturando programas de desenvolvimento adequados à garantia de uma maior competitividade empresarial e uma melhor qualidade de vida da sociedade portuguesa.

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* Isabel Cabrita

Doutorada em Engenharia Química pela Universidade de Sheffield. Investigadora do INETI. Professora Catedrática na UAL.

* Ibrahim Gulyurtlu

Doutor em Engenharia Mecânica. Investigador do INETI. Professor Catedrático na UAL.

* Ricardo Manzoni

Mestrando em Engenharia Mecânica no IST. Engenheiro da COALTEC e Ambiente.

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Dados adicionais
Gráficos / Tabelas / Imagens / Infografia / Mapas
(clique nos links disponíveis)

Link em nova janela Produção mundial de gás natural

Link em nova janela Produção de gás natural na Europa

Link em nova janela Consumo mundial de gás natural

Link em nova janela Consumo de gás natural na Europa, 1983 a 1993

Link em nova janela Rede peninsular de gasodutos

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