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ESTE ARTIGO CONTÉM DADOS ADICIONAIS CLIQUE AQUI! A "chama sagrada" já simbolizava na antiguidade tempos de tréguas, embora nessa altura a festa olímpica estivesse apenas confinada aos povos do mundo grego. Hoje, a chama olímpica pretende transmitir, tal como os cinco anéis entrelaçados que compõem a bandeira, a ideia de união e de paz mundial, mesmo quando, por diversas vezes, essa harmonia foi quebrada e a violência irrompeu nos próprios Jogos Olímpicos. Para já não falar das interrupções provocadas pelas duas grandes guerras mundiais que travaram por três vezes a regularidade quadrienal com que os Jogos Olímpicos se realizam desde 1896 (os Jogos previstos para Berlim, em 1916, foram cancelados devido à I Guerra Mundial, o mesmo acontecendo com os Jogos das XII e XIII Olimpíadas que não puderam concretizar-se dada a II Guerra — os primeiros marcados para Tóquio e Helsínquia e os segundos para Londres), diversos boicotes e outras instrumentalizações políticas anularam o espírito desinteressado, desportivo e participativo que caracterizava o ideal deste espectáculo mundial. Indícios de segregação racial e sexual eram já evidenciados em 1894 pelo barão de Coubertin — pai dos jogos da modernidade — quando decide reanimar as Olimpíadas com ideias pouco democratizantes: o acesso às mulheres e aos homens de raça negra encontrava-se vedado. Só em 1900, em Paris, é que atletas do sexo feminino competem pela primeira vez e em 1904, em St. Louis, estão representados os primeiros negros. Tem-se verificado uma crescente adesão a este acontecimento, visto que o número de Comités Nacionais assim como o de atletas e de espectadores foi aumentando muito de Olimpíada para Olimpíada: em 1896, na primeira edição dos Jogos da era moderna, estiveram presentes em Atenas 13 Comités Nacionais, 311 atletas (entre os quais 230 gregos) e cerca de 80 mil visitantes; um século depois, Atlanta recebe quase 200 Comités Nacionais, 10.705 desportistas e vende 10 milhões de ingressos. Em 1912, nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, na Suécia; consegue-se pela primeira vez reunir atletas oriundos de todos os continentes e Portugal estreia-se com 6 participações (Armando Cortesão, António Stromp e Francisco Lázaro no atletismo, Joaquim Vital e António Pereira na luta e Fernando Correia na esgrima), mas com uma experiência deplorável, manchada pela morte do maratonista Francisco Lázaro, vítima de insolação. Os resultados da competição portuguesa só são premiados 12 anos mais tarde, em Paris, com a conquista de uma medalha de bronze nas provas equestres e com um não desprezível 5° lugar, obtido pela recém-formada selecção portuguesa de futebol na festa olímpica. O atraso português na prática e na democratização do desporto e a fraqueza dos subsídios oficiais explicam em boa parte a expressão por vezes apenas simbólica das representações de Portugal. Mesmo assim, os portugueses conseguiram distinguir-se em 1948,1976, 1984 (Carlos Lopes concede-nos a 1.ª medalha de ouro na Maratona olímpica), 1988 (Rosa Mota é a 1.ª atleta portuguesa a vencer a Maratona) e 1992 (Fernanda Ribeiro oferece-nos o 3° ouro olímpico no Atletismo). Foi possível apurar que já participaram 515 atletas portugueses nos Jogos Olímpicos, dos quais 462 homens e 53 mulheres. A sua repartição segundo as diversas modalidades desportivas revela que é o Atletismo a que mais desportistas portugueses tem integrado ao longo dos anos (104). Segue-se a Vela (56), a Natação (51), a Esgrima (47), o Tiro (40), a prova Equestre (35), o Remo (33), o Futebol (31), o Judo (23), a Ginástica (20), a Luta (14), a Canoagem (11), o Ciclismo e o Hóquei em Patins (10), o Pentatlo Moderno e o Tiro com Armas de Caça (8), a Halterofilia (6), o Tiro com Arco (4), o Ténis (3), o Voleibol de Praia e o Badminton (2), e o Boxe (1). Além da informação acerca das participações portuguesas nos Jogos Olímpicos, foi também possível conhecer as classificações de pdium (os três primeiros lugares) dos atletas portugueses, obtidas em competições ocorridas em 1996.
Informação Complementar O caso dos futebolistas O futebol é seguramente a modalidade desportiva onde são mais intensas as relações com o exterior, incluindo a cotratação de jogadores. Segundo o jornal ABola, na época 1996-97, 38 futebolistas portugueses jogavam em equipas estrangeiras, dos quais 20 em Espanha (Salamanca, Barcelona, Oviedo, Desportivo da Corunha, Hércules, Valência, Real Madrid e Leganes), 5 na Inglaterra (Stockport, WestHam, Aston Villa, Bradford), 4 em França (Paris Saint Germain, Lusitanos Saint Maur, Sochaux), 3 na Itália (Florentina, Juventus, Reggiana), 2 na Holanda (Ajax e Utrecht) e 1 na Alemanha (Borússia de Dortmund), 1 na Escócia (Celtic de Glasgow), 1 na Suíça (Yverdon) e 1 em Hong Kong (South China). Em contrapartida, 197 jogadores estrangeiros estavam inscritos nos clubes portugueses da primeira divisão, na sua maioria latino-americanos (66) e africanos (53), mas também vindos da Europa do Leste (36) e da própria Europa Ocidental (34), além de mais 8 oriundos de pontos dispersos do mundo. Como era de prever, são os três principais clubes que absorvem o maior número de jogadores estrangeiros: o Sport Lisboa e Benfica com 23, o Futebol Clube do Porto com 20 e o Sporting Clube de Portugal com 19. Classificações de podium obtidas por desportistas portugueses em 1996
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