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Onde estou: | Janus 1998 Supl. F.A. > Índice de artigos > Projecção internacional de defesa e segurança > [Cenários para a intervenção das F.A. portuguesas] | |||
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ESTE ARTIGO CONTÉM DADOS ADICIONAIS CLIQUE AQUI! Por um lado, verificou-se uma brusca baixa da probabilidade das grandes ameaças militares, convencionais e nucleares, relegando para uma probabilidade remota a hipótese da sua ocorrência enquanto, ao mesmo tempo, se encarou com muito mais alta probabilidade ameaças ou agressões mais diversificadas no tipo e na origem e num patamar de baixa violência. Por outro lado, a estratégia de dissuasão alicerçada num enorme potencial militar deu lugar a uma nova estratégia para a paz, com base na Carta da ONU, co-responsabilizando as organizações regionais na prevenção da paz e na sua restauração quando violada. As intervenções das F.A. de cada Estado passaram, por isso, a actuar mais num quadro de legitimidade e controlo internacionais, em espaços e condições mais amplos e diversos e com mais frequência. Cada Estado pode contar, assim, com mais solidariedade activa em caso de ameaça ou agressão a si dirigidas, mas também, em contrapartida e por compromisso, tem de ter mais e permanente disponibilidade para a segurança e defesa colectiva, bem como para assegurar a estabilidade e segurança no seu espaço de responsabilidade nacional, também cada vez mais importante para os outros. Finalmente, o novo ambiente faz surgir mais oportunidades de afirmação dos Estados na sua política externa, em particular em opções de utilização de meios militares no apoio a essa política. É neste ambiente internacional que se desenham os quadros de intervenção militar portuguesa no exterior: - No âmbito autónomo da defesa dos interesses nacionais, nomeadamente na área internacional do espaço estratégico de responsabilidade nacional e na acção de protecção ou recuperação de cidadãos nacionais em áreas de instabilidade; A identificação dos cenários de intervenção e a avaliação das respectivas probabilidades, grau de violência, área de intervenção, prioridade e risco, são resultado da interpretação do autor, baseado em dados e textos publicados, em particular, no Conceito Estratégico de Defesa Nacional e no Conceito de Defesa Militar.
14 Cenários O Quadro "14 cenários de intervenção" (ver Infografia) contém, de forma exaustiva, os diversos cenários que compõem o espectro de intervenção das F.A. portuguesas. Optou-se por incluir não só as intervenções no exterior como também no espaço nacional, para se proporcionar uma perspectiva mais abrangente da panóplia de acções a que podem ser chamadas as F.A. portuguesas, da complementaridade das acções no exterior e no espaço nacional e da necessidade de flexibilidade de emprego e dos meios para atender a tão variadas solicitações. Nas intervenções decorrentes dos compromissos internacionais distinguem-se as do âmbito da defesa colectiva e as do âmbito da cooperação para a segurança internacional. Quanto às intervenções de iniciativa nacional autónoma, incluem-se as referentes à defesa da independência, do território e das populações, ao apoio à política externa, e às missões de interesse público. Da análise deste quadro salientam-se os seguintes aspectos: - Os cenários de alta violência situam-se no âmbito da defesa colectiva e têm uma probabilidade baixa, mas continuam a exigir, em permanência, uma capacidade militar dissuasora de ameaças potenciais, sendo assim relevante o cumprimento dos compromissos nacionais com a NATO e UEO;
Prioridades As prioridades identificadas para as intervenções externas das F.A. portuguesas são apresentadas no quadro "Intervenção externa das F.A. portuguesas" (ver Infografia). O critério da atribuição da prioridade relaciona-se com os objectivos e missões atribuídos à Defesa Nacional e às F.A. na Constituição da República e nos Conceitos Estratégicos já referidos, e no grau de risco para os interesses de Portugal. A 1ª Prioridade relaciona-se com a defesa de interesses vitais, o que implica um alto risco se o desempenho não for eficiente. Inclui: - A intervenção no âmbito da dissuasão e defesa colectiva NATO e UEO, porque é nesta participação integrada que se garante a defesa de Portugal no quadro da alta violência; A 2ª Prioridade relaciona-se com interesses secundários mas significativos. Inclui: - A intervenção no âmbito da cooperação com os países lusófonos, identificada mais como prioridade da política nacional do que com a segurança e defesa e situando-se numa alta prioridade da política externa; A 3ª Prioridade relaciona-se com o apoio à política externa, num âmbito de interesses secundários e, por isso, de baixa prioridade, embora com alta probabilidade no quadro do aproveitamento de oportunidades.
Áreas de Intervenção Tentemos localizar as áreas prioritárias de intervenção, que incluem: - O espaço estratégico de responsabilidade nacional (abrange o território nacional, a ZEE e o espaço interterritorial) que é integrante da área NATO de maior responsabilidade nacional e, assim, se constitui em prioridade absoluta de intervenção; Não identificámos acima, por serem áreas dispersas e de critério de escolha algo aleatório: - As áreas onde residem comunidades nacionais que eventualmente poderá ser necessário proteger por razões de instabilidade local, consideradas de 1ª prioridade; Como conclusão, quatro reflexões: - O tipo de intervenções, tão variado e disperso, que se perspectiva para as F.A. portuguesas, exige uma estrutura de grande flexibilidade, de capacidade multiuso e com alguma capacidade de transporte estratégico próprio para garantir um mínimo de autonomia de projecção de forças e capacidade de integrar ou cooperar com forças multinacionais; Intervenção externa das F.A. portuguesas: prioridades
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