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ESTE ARTIGO CONTÉM DADOS ADICIONAIS CLIQUE AQUI! • O peso crescente dos países comunitários no conjunto das trocas comerciais (quer nas exportações quer nas importações), sendo que neste caso ao já tradicional peso nas importações de bens intermédios industriais, bens de capital e bens de consumo duradouro, se veio adicionar o aumento das importações de produtos agrícolas e alimentares, após a adesão (devido sobretudo ao desvio de comércio dos EUA para a UE nesse tipo de bens); • A notável ascensão da Espanha, como parceiro comercial, tendo passado a primeiro fornecedor em 1990 e visto a sua posição como destino das exportações portuguesas passar do 10º lugar em 1980 para o 2º lugar em 1999; fenómeno que é indissociável da aproximação, e posterior integração de ambos os países na UE, levando à redução dos obstáculos às trocas, existentes nas décadas anteriores; • A confirmação da posição da Alemanha e França na hierarquia dos parceiros comerciais de Portugal, já que se mantiveram, ao longo do período, nos três primeiros lugares, quer nas exportações quer nas importações, partilhando actualmente as posições de topo com a Espanha; • Os EUA, que constituem o único mercado não europeu entre os dez primeiros, mas que registaram uma perda progressiva de posição, tendência que também atingiu as restantes regiões do globo, após a adesão à UE em 1986. Os gráficos apresentados ilustram o peso dos principais parceiros comerciais de Portugal na exportação e importação em 1999. Se considerarmos agora a principal exportação de serviços — o Turismo — verifica-se igualmente um reforço do peso da Espanha como origem de fluxos turísticos.
As conexões asseguradas pela dinâmica geográfica do investimento internacional das empresas portuguesas Se compararmos a matriz geográfica do investimento externo de empresas portuguesas com a matriz geográfica do Comércio Externo, pode-se afirmar que: • A matriz geográfica do investimento internacional das empresas portuguesas — ao dirigir-se para zonas como Brasil e América Latina, Magreb, Europa de Leste, África Austral, completa a matriz geográfica do comércio externo — centrada na Europa Ocidental, criando assim condições para uma matriz geográfica da internacionalização da economia mais alargada; • A Espanha destaca-se do conjunto dos países por ser simultaneamente um grande parceiro comercial e um destino relevante do Investimento Internacional das empresas portuguesas, fenómeno que traduz o papel central que as relações no quadro ibérico passaram a ter para Portugal.
As conexões asseguradas pela dinâmica do investimento directo internacional em Portugal Podemos afirmar que em termos de investimento directo em Portugal dois países se distinguem: • A Espanha – fortemente envolvida no investimento no “Núcleo Central de Serviços (II)” — sectores financeiro, distribuição e imobiliário e no “Sector Infraestrutural - Serviços” — telecomunicações e em menor escala nos “Sector Infraestrutural - Indústria” — caso da siderurgia — ou dos “sectores de especialização internacional — caso das cerâmicas; • A Alemanha – cujas empresas, por via do investimento directo internacional contribuíram decisivamente para a diversificação de actividades que se verificou; basta recordar os investimentos da Volkswagen Siemens, Bosch e Continental, nos sectores automóvel e da electrónica para se ficar com uma ideia da sua importância; • A última figura da infografia procura sintetizar a rede de relacionamentos geoeconómicos actuais de Portugal.
Breve comentário final Passando em revista a evolução geoeconómica de Portugal nos últimos quinze anos, dois comentários principais podem fazer-se: • Atendendo a que a economia portuguesa concentra no seu território um padrão de actividades que, no seu conjunto, está ainda longe das áreas e segmentos para os quais se abrem perspectivas de maior crescimento e inovação no futuro e que o investimento das empresas portuguesas no exterior se realiza, naturalmente, em actividades em que o País foi acumulando o melhor das suas competências, a importância do País na economia global e o seu crescimento dependem crucialmente de outro movimento — o da atracção de investimento estrangeiro que permitisse diversificar as actividades, em que novas competências se pudessem vir a enraizar. Só assim uma pequena economia aberta, como a de Portugal poderá aspirar a funcionar como um “nó” das redes mundiais de produção e distribuição. • Atendendo às sucessivas crises financeiras e cambiais que têm atingido as economias emergentes nos anos 80 e 90 é arriscada uma concentração tão grande de activos internacionais por parte da economia portuguesa, de alguns dos seus maiores grupos bancários e de grandes empresas do “Sector Infraestrutural – Serviços”, numa das zonas mais instáveis da economia mundial como é a América Latina. Estrutura Geográfica do comércio internacional (1999): Importações por origens geográficas Estrutura Geográfica do comércio internacional (1999): Exportações por destinos geográficos Geoeconomia padrão das principais conexões internacionais de Portugal
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