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Portugal e Espanha no “ranking” da competitividade mundial (I)

Rita Lages e Sérgio Nunes *

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O ‘The World Competitiveness Yearbook’ de 2002 compara e hierarquiza 49 países industrializados e emergentes num índice global de competitividade, de acordo com os resultados obtidos em 314 indicadores de natureza económica, política e social. Nos últimos sete anos, Portugal tem-se posicionado sempre abaixo da Espanha. Até 1999 ambos os países registaram uma tendência de subida no ranking, mas a partir de 2000 ambos desceram no ranking geral, posicionado-se o nosso país em 2002 numa posição inferior à de 1997. Portugal ocupa actualmente a 33ª posição, afastado da Espanha por 10 posições.

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O The World Competitiveness Yearbook (WCY), uma das fontes sobre competitividade internacional mais citada, é um estudo publicado anualmente desde 1989 pelo IMD (International Institute for Management Development), que analisa a forma como os países criam um ambiente que incentive a competitividade interna e externa das empresas nacionais.

O WCY de 2002 compara e hierarquiza 49 países industrializados e emergentes num índice global de competitividade, de acordo com os resultados obtidos em 314 indicadores (1) de natureza económica, política e social.

 

Desempenho global de Portugal e Espanha

Nos últimos sete anos, Portugal tem-se posicionado sempre abaixo dos valores apresentados para Espanha (ver figura intitulada “Evolução do Desemprego Global”).

Os dois países apresentaram uma tendência crescente até 1999; no entanto, em 2000, ambos registaram descidas no ranking geral, de três posições para Espanha e de dois lugares para Portugal. Esta situação agravou-se para Portugal em 2001, com uma nova descida até ao 34º posto, enquanto que Espanha se manteve no 23º. No WCY de 2002, dez posições separam os dois países, encontrando-se a Espanha em 23º lugar e Portugal em 33º lugar (posição inferior à alcançada em 1997).

Os resultados obtidos em termos de Desempenho Global advêm da conjugação do posicionamento alcançado em quatro grandes áreas:

• Desempenho Económico – avaliação macroeconómica da economia doméstica;

• Eficiência Governamental – avaliação das políticas do governo como contributo para a competitividade;

• Eficiência de Negócio – avaliação do desempenho das empresas nacionais em termos de inovação, rentabilidade e responsabilidade;

• e Infraestruturas – avaliação da capacidade dos recursos básicos, tecnológicos, científicos e humanos do país se adequarem às necessidades das empresas. Relativamente a estas categorias, a tendência de Portugal se posicionar atrás dos valores de Espanha mantém-se (ver figura intitulada “Desempenho Global em 2002”).

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No Desempenho Económico a diferença é de quinze lugares, ficando Portugal apenas pela 28ª posição e Espanha pela 13ª. O 34º posto é ocupado por Portugal e o 20º pelo nosso vizinho na Eficiência Governamental. No que concerne a Eficiência de Negócio, o 36º lugar e o 24º são atingidos, respectivamente, por Portugal e Espanha. A divergência menos significativa verifica-se na área das Infraestruturas, onde Portugal obtém a 29ª posição e Espanha a 25ª.

De seguida, analisa-se as quatro categorias em pormenor, recorrendo aos diagramas de rede e aos principais pontos fortes e fracos dos dois países – foram escolhidos os quatro indicadores em que cada um dos países alcançou as melhores e as piores posições, no WCY de 2002, acrescentando-se, também, a informação do WCY de 2001 e a posição alcançada pelo outro país para os mesmos indicadores. Este tipo de análise possibilita um melhor entendimento sobre as razões que originam a diferença de dez lugares no Desempenho Global entre os países ibéricos.

 

Desempenhos parciais

Desempenho económico

Foram tomados como indicadores relevantes para este item os temas Economia Nacional, Comércio Externo, Investimento Estrangeiro, Emprego, e Preços. Somente em Preços e Emprego Portugal consegue melhores resultados do que Espanha, atingindo uma diferença de duas e vinte e duas posições, respectivamente. Porém, esta situação não é suficiente para que Portugal consiga um melhor posicionamento no Desempenho Económico.

Analisando os principais pontos fortes e fracos de Portugal e Espanha, identificam-se algumas situações que merecem ser mencionadas (ver infografia).

Ambos os países apresentam como pontos fortes o crescimento real do stock de investimento directo no estrangeiro e o crescimento real do stock de investimento directo estrangeiro no país. Interessante que, no WCY de 2001, o indicador crescimento real do stock de investimento directo no estrangeiro era um dos principais pontos fracos para os dois países, o que demonstrava a sua fraca atractibilidade para o investimento estrangeiro. Em ambas as economias se verificava, então, uma clara inversão na condição de receptores de investimento directo estrangeiro para fornecedor líquido de capitais para o exterior, tendência que parece agora levar a um maior equilíbrio entre a posição de receptor e de fornecedor de capital. Esta situação tem maior preponderância para a economia espanhola, pois esta apresenta também como pontos fortes os Fluxos de Investimento Directo no estrangeiro e a carteira de investimentos passivos; daí advém o seu melhor posicionamento no item global de Investimento Estrangeiro.

Portugal apresenta resultados particularmente favoráveis nos indicadores de emprego – Emprego em percentagem da população e taxa de desemprego – e no índice de custo de vida. Havia, mesmo, quem apontasse que Portugal estaria prestes a atingir o pleno emprego. Esta situação poderia trazer dificuldades a médio prazo para a economia portuguesa, já que após ter atingido esse estádio, aumentos de produção apenas podem ser atingidos por via de acréscimos de produtividade, situação estruturalmente deficitária da economia portuguesa. Enquanto o desemprego constitui, para a economia espanhola, uma das suas principais debilidades (com uma taxa de desemprego de 13,1 %, quando Portugal apresenta uma taxa de apenas 4,0 %, em 2001).

Portugal e Espanha também partilham algumas debilidades, nomeadamente no item geral do comércio externo (onde Portugal ocupa o 46º posto e Espanha o 34º), que se verifica na baixa percentagem de exportações de bens em relação ao produto interno, que se reflecte, evidentemente, no saldo deficitário da balança de transacções correntes, embora a economia portuguesa se apresente numa situação mais gravosa, atingindo mesmo a última posição no indicador balança de transacções correntes em percentagem do PIB.

Os principais pontos fortes e fracos apontam para um desempenho português mais satisfatório ao nível da economia real, enquanto que Espanha apresenta um maior dinamismo no que respeita à sua economia doméstica e à promoção da sua presença no exterior.

__________
1 Os indicadores foram construídos através da recolha de informação estatística ou pela elaboração de inquéritos a peritos contactados (que assentam em valorizações na escala de 1 a 10, sendo de cariz mais subjectivo).
2 Para que a leitura dos diagramas de rede não crie equívocos, esclarece-se que os dados apresentados são referentes a ordenações num ranking. Assim, quanto mais próximos os valores estiverem da origem (0), melhor posicionado se encontra o país.


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* Rita Lages

Licenciada em Economia pelo ISEG. Investigadora do CIRIUS

* Sérgio Nunes

Licenciado em Economia pelo ISEG. Mestre em Economia e Gestão do Território pelo ISEG. Docente no Instituto Politécnico de Tomar.

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Bibliografia

The World Competitiveness Yearbook – 2001, IMD.

The World Competitiveness Yearbook – 2002, IMD.

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Dados adicionais
Gráficos / Tabelas / Imagens / Infografia / Mapas
(clique nos links disponíveis)

Link em nova janela Desempenho económico, Pontos Fortes e Pontos Fracos

Link em nova janela Evolução do desempenho global

Link em nova janela Desempenho global (em 2002)

Link em nova janela Desempenho económico

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