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O processo de internacionalização A sucessiva internacionalização do grupo deu-se em torno da língua portuguesa, complementada por outras aquisições, ou início de negócios em regiões limítrofes ou pontualmente atractivos para o negócio de telecomunicações. Hoje o grupo tem operações nos seguintes países, para além de Portugal: Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Guiné, Timor-Leste, Macau, França, Suíça, Hungria, Marrocos, Quénia, Botswana e Uganda. Em Dezembro de 2003 o negócio internacional do Grupo PT já representava 26% das receitas totais, 67% do número de clientes e 42% do total dos recursos humanos. O Brasil concentra a maior fatia dos negócios internacionais (cerca de 85%), sendo o negócio móvel (a VIVO – uma joint-venture detida a 50% pela Portugal Telecom e pela Telefónica de Espanha) o maior investimento.
Os desafios Os grandes desafios da internacionalização passam por uma exigente gestão dos activos além fronteiras e por uma permanente adaptação a culturas sociais, políticas e económicas substancialmente diversas das conhecidas em Portugal. A gestão dos expatriados e das suas carreiras tornam-se de primordial importância, já que o Grupo PT tem apostado num número restrito de quadros de alto valor que procuram transpor para novas realidades as melhores práticas e valores do Grupo PT, naturalmente respeitando as culturas locais. Um desafio permanente é, naturalmente, a busca de novas oportunidades de crescimento que simultaneamente satisfaçam os exigentes parâmetros de performance do grupo e que tenham um encaixe estratégico no modelo de desenvolvimento definido. A ambição do Grupo PT é maior que as fronteiras e a sua internacionalização tem sido uma forma de dar resposta capaz aos permanentes desafios de rentabilidade e crescimento que se colocam a um grupo líder no seu mercado original e que está virado para o futuro.
Informação Complementar MODELO DE CRESCIMENTO INTERNACIONAL A construção de um racional estratégico de crescimento força um encadeamento de questões críticas, capazes de equacionar as decisões mais importantes na formulação de um posicionamento de longo prazo. Perante a diversidade de alternativas de actuação que se colocam actualmente a qualquer empresa com ambições de globalidade, torna-se fundamental estruturar um exercício que, começando por validar a própria missão do grupo, seja conduzido, com consistência, até ao delineamento de opções concretas de desenvolvimento de negócio. Este é, sem dúvida, o principal desafio de uma reflexão estratégica, a qual deve conduzir a um processo de afunilamento progressivo de opções, na procura de enfoque que confira tangibilidade aos resultados obtidos. Foram considerados, ao longo desse processo de afunilamento, quatro estágios principais de decisão, partindo de um âmbito mais geral (e teórico) para um contexto concreto de alternativas: • Crescer, Refinar ou Desinvestir? Com o objectivo de produzir recomendações de cariz estratégico, as análises desenvolvidas procuraram demonstrar um racional de lógica para cada juízo decisional produzido. Com esse propósito o modelo adoptado definiu um objectivo para cada estágio de decisão acima enunciado, fiel ao princípio de demonstração lógica. Surgiram, desta forma, os alicerces do modelo de crescimento internacional: • Lógica de Crescimento; Na definição da Lógica de Crescimento, comparam-se formas alternativas de desenvolvimento do portfolio internacional do grupo. Nesta óptica, equacionam-se os cenários de desinvestimento ou alienação, de refinação operacional e de expansão dos activos internacionais. Também neste primeiro estágio se ajuízam diferentes graus de intervenção na gestão dos negócios. Este exercício procura responder a três questões fundamentais, dadas as preocupações do grupo, atrás identificadas: • Que lógica traz escala justificável? Na abordagem da Via de Crescimento, avaliam-se as formas alternativas de materialização das orientações de crescimento. Concretamente, a análise compara as opções: • Aquisição versus Crescimento Orgânico, num cenário de Expansão; Na análise da Lógica de Posicionamento, endereçam-se o modelo de negócio e a abrangência regional que a gestão do portfolio internacional deve ter por referência. O modelo de negócio parte da plataforma tecnológica e do leque de serviços que sobre esta podem ser comercializados. Finalmente, na análise de opções concretas, identificam-se, para o modelo de negócio definido e para as regiões analisadas, oportunidades de crescimento específicas, bem como cenários possíveis de parcerias, motivados pela partilha de risco (ex. perante investimentos avultados em mercados emergentes), obtenção de sinergias (ex. formação de uma operação de escala com ganhos de eficiência inerentes) ou mesmo contributos recíprocos de presença regional (ex. PT cria oportunidade para a entrada de um parceiro nos seus mercados naturais, entrando, em troca, nos mercados naturais do parceiro). O desfecho deste exercício de reflexão estratégica deverá ter como resultado uma lista de opções concretas de crescimento, que deverão ser alvo de rigorosa avaliação económico-financeira, uma vez obtido o consenso em torno do seu sentido estratégico para o grupo.
POTENCIAL DE CRESCIMENTO INTERNACIONAL NO SECTOR MÓVEL As perspectivas de abrandamento do crescimento no mercado doméstico, que também afectam outros países da Europa Ocidental, levam a que sejam procuradas novas oportunidades de crescimento que satisfaçam os exigentes parâmetros de performance do grupo. O mercado mundial de telecomunicações tem crescido fundamentalmente através do móvel, prevendo-se que o móvel continue a crescer a taxas superiores ao fixo. A indústria de telefonia móvel continua, assim, a reunir, o maior potencial de crescimento, alicerçado na preponderância da voz enquanto fonte principal de receita e motor de utilização de serviços de telecomunicações. O incremento líquido total mundial de assinantes de telefonia móvel no período 2003-2010 deverá ultrapassar os 800 milhões. A análise detalhada da forma como estes valores se distribuem pelas principais regiões revela-nos que Ásia e Pacífico aparece destacada, representando mais de metade (57%) desse incremento. A China é o grande responsável por esta elevada quota do crescimento mundial já que se prevê que contribua com quase 300 milhões de novos assinantes líquidos neste período. África, uma região de grande interesse para Portugal e para a Portugal Telecom, embora com valores absolutos mais modestos e apesar das condições materiais difíceis em que vive uma grande fatia da população, apresenta crescimentos muito significativos: 164% de aumento de parque em 2003 e um incremento de quase 100 milhões de novos clientes. Modelo de crescimento internacional Caracterização do portfolio internacional Potencial de crescimento internacional no sector móvel Evolução dos principais indicadores do grupo PT - 1995-2003
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