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Geografia das religiões: dimensão e crescimento

Observatório de Relações Exteriores com Raquel Cordeiro *

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Com alguma surpresa temos verificado que o fenómeno religioso continua a influenciar fortemente os turbulentos processos da vida internacional. Quando alguns julgavam que as crenças religiosas se poderiam remeter para o foro íntimo ou circunscrever à vida privada, eis que elas invadem o próprio espaço público mundial. Cento e trinta anos depois de Nietzsche ter decretado a “morte de Deus”, quando muitos previam o inevitável declínio da fé, submergida pela onda do conhecimento científico e do progresso civilizacional, eis que ela persiste em constituir-se como poderoso factor de mobilização. Não podemos dar por terminada a era das guerras religiosas. Extremismos de várias espécies surgem, mesmo no seio das mais respeitáveis religiões monoteístas, sustentando e legitimando formas de violência que julgávamos ultrapassadas. Muitos dos acontecimentos que marcam a actualidade aparecem conotados com dimensões religiosas, quase sempre, é certo, artificialmente invocadas.

O presente capítulo do anuário Janus 2007 pretende registar contributos para a compreensão desta influência das confissões religiosas no desenrolar da política mundial, destacando assim esses actores colectivos e transnacionais que têm pesada incidência nos acontecimentos de escala global.

De forma introdutória, estas primeiras páginas procuram apresentar a distribuição geográfica das principais religiões e recapitular alguns dados quantitativos sobre as suas dimensões e tendências de crescimento.

Ninguém ignora os riscos de semelhante exercício. A esfera do religioso apresenta aspectos tão voláteis que o levantamento estatístico e a localização topográfica se tornam particularmente difíceis. Basta lembrar a tradicional distinção entre crentes e praticantes para vermos que o grau de adesão a uma crença é susceptível de significativas variações. A ordem de grandeza dos números globais e das estatísticas oficiais é demasiado aproximativa para dar conta do nível de pertença a uma determinada confissão. O fenómeno religioso não se presta ao estabelecimento de fronteiras seguras, até porque a rigorosa definição e delimitação das religiões assumem grande complexidade.

No Oriente, por exemplo, é frequente existir sobreposição de fidelidades religiosas na mesma pessoa ou no mesmo grupo, quanto mais não seja porque algumas das religiões orientais mais se aproximam da ideia de “sabedoria de vida” do que de um corpo doutrinal dogmático. O caso do budismo é bem conhecido, tratando-se em boa verdade de uma “religião sem divindade”, logo compatível com outro sistema de crenças.

Algo de parecido se poderia dizer de vastas comunidades africanas, onde a adesão a religiões “importadas” convive com as manifestações da religiosidade tradicional, sumariamente classificada como “animista” pelos observadores ocidentais. De igual modo, o sincretismo religioso bem característico do povo brasileiro mistura com total à – vontade o legado das religiões africanas com o cristianismo dos colonizadores e outros ingredientes locais, como o espiritismo ou a influência de seitas modernas.

Estas advertências obrigam a ler com especial atenção os dados empíricos que aqui registamos, conscientes de que se trata de generalizações aproximativas.

No primeiro mapa destacamos o mundo cristão, porque é o fenómeno religioso que se expande com maior nota de universalidade. As manchas de cor que ali se observam identificam as três grandes áreas da Igreja Católica (dominante no espaço latino europeu, na Polónia e Irlanda, nas Filipinas, em Timor Leste e em zonas consideráveis da América Latina), das confissões protestantes (que a partir da Europa do Norte se espalham desde a América do Norte à Austrália) e da Igreja Ortodoxa oriental (dominante na Grécia e no vasto espaço eslavo). A par destes grandes conjuntos, limitámo-nos a localizar a implantação de outras confissões cristãs: a Igreja anglicana (na Inglaterra e País de Gales) e os cristãos coptas (presentes no Egipto e na Etiópia).

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* Raquel Cordeiro

Licenciada em Relações Internacionais e mestranda em Estudos da Paz e da Guerra nas Novas Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa. Estagiária de investigação no Observatório de Relações Exteriores da UAL.

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Dados adicionais
Gráficos / Tabelas / Imagens / Infografia / Mapas
(clique nos links disponíveis)

Link em nova janela Dimensão e crescimento das grandes religiões

Link em nova janela A expansão cristã

Link em nova janela Projecção do aumento percentual das religiões, 2002-2025

Link em nova janela As grandes religiões em percentagem da população mundial

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