Pesquisa Avançada | Regras de Pesquisa | ||||
Onde estou: | Janus 2007> Índice de artigos > Religiões e política mundial > As religiões no mundo > [ Geografia das religiões: dimensão e crescimento ] | |||
|
ESTE ARTIGO CONTÉM DADOS ADICIONAIS CLIQUE AQUI! O presente capítulo do anuário Janus 2007 pretende registar contributos para a compreensão desta influência das confissões religiosas no desenrolar da política mundial, destacando assim esses actores colectivos e transnacionais que têm pesada incidência nos acontecimentos de escala global. De forma introdutória, estas primeiras páginas procuram apresentar a distribuição geográfica das principais religiões e recapitular alguns dados quantitativos sobre as suas dimensões e tendências de crescimento. Ninguém ignora os riscos de semelhante exercício. A esfera do religioso apresenta aspectos tão voláteis que o levantamento estatístico e a localização topográfica se tornam particularmente difíceis. Basta lembrar a tradicional distinção entre crentes e praticantes para vermos que o grau de adesão a uma crença é susceptível de significativas variações. A ordem de grandeza dos números globais e das estatísticas oficiais é demasiado aproximativa para dar conta do nível de pertença a uma determinada confissão. O fenómeno religioso não se presta ao estabelecimento de fronteiras seguras, até porque a rigorosa definição e delimitação das religiões assumem grande complexidade. No Oriente, por exemplo, é frequente existir sobreposição de fidelidades religiosas na mesma pessoa ou no mesmo grupo, quanto mais não seja porque algumas das religiões orientais mais se aproximam da ideia de “sabedoria de vida” do que de um corpo doutrinal dogmático. O caso do budismo é bem conhecido, tratando-se em boa verdade de uma “religião sem divindade”, logo compatível com outro sistema de crenças. Algo de parecido se poderia dizer de vastas comunidades africanas, onde a adesão a religiões “importadas” convive com as manifestações da religiosidade tradicional, sumariamente classificada como “animista” pelos observadores ocidentais. De igual modo, o sincretismo religioso bem característico do povo brasileiro mistura com total à – vontade o legado das religiões africanas com o cristianismo dos colonizadores e outros ingredientes locais, como o espiritismo ou a influência de seitas modernas. Estas advertências obrigam a ler com especial atenção os dados empíricos que aqui registamos, conscientes de que se trata de generalizações aproximativas. No primeiro mapa destacamos o mundo cristão, porque é o fenómeno religioso que se expande com maior nota de universalidade. As manchas de cor que ali se observam identificam as três grandes áreas da Igreja Católica (dominante no espaço latino europeu, na Polónia e Irlanda, nas Filipinas, em Timor Leste e em zonas consideráveis da América Latina), das confissões protestantes (que a partir da Europa do Norte se espalham desde a América do Norte à Austrália) e da Igreja Ortodoxa oriental (dominante na Grécia e no vasto espaço eslavo). A par destes grandes conjuntos, limitámo-nos a localizar a implantação de outras confissões cristãs: a Igreja anglicana (na Inglaterra e País de Gales) e os cristãos coptas (presentes no Egipto e na Etiópia). * Raquel Cordeiro Dimensão e crescimento das grandes religiões Projecção do aumento percentual das religiões, 2002-2025 As grandes religiões em percentagem da população mundial
|
| |||||||