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ESTE ARTIGO CONTÉM DADOS ADICIONAIS CLIQUE AQUI! No potencial efeito virtuoso para os ciclos de desenvolvimento das economias sub-desenvolvidas subsistem inércias cuja ultrapassagem continua dependente dos próprios ritmos de desenvolvimento económico dos países desenvolvidos. Economias pequenas e bastante abertas como a portuguesa são, por isso, particularmente permeáveis aos ciclos conjunturais menos positivos dos principais países com quem estabelecem relações comerciais. A análise do potencial económico constitui um importante elemento de reflexão do posicionamento de Portugal no Mundo e, muito em particular no espaço social e económico em que se insere (Europa e União Europeia). O potencial de desenvolvimento de uma economia depende em grande medida do seu posicionamento nos anos mais recentes quanto à riqueza que disponibiliza à sua população (normalmente inferido pelo PNB per capita), quanto ao valor dos bens e serviços produzidos (PIB, VAB sectorial) e quanto à dinâmica das várias componentes da procura final (consumo final, investimento bruto, exportações e importações). Se bem que em termos genéricos o rendimento mundial per capita tenha mais do que triplicado entre 1950 e 1993, continua a ser real o facto de que cerca de três quartos da população aufere 16% do rendimento mundial, enquanto os 20% mais ricos beneficiam de 85%. As economias de fraco rendimento agrupando cerca de 60% da população mundial possuem em média um rendimento per capita correspondente a 8,6% da média mundial (cerca de 400 dólares per capita). As economias de rendimento elevado centralizando 14,8% da população mundial auferem per capita um valor que é o quíntuplo da média mundial (23090 dólares). A evolução do PNB per capita entre 1980 e 1993 ainda que indiciando uma ligeira diminuição das assimetrias económicas (enquanto as economias de rendimento elevado cresceram por ano cerca de 2,2% as economias de fraco rendimento cresceram 3,7%), não deixa de espelhar uma situação de partida com recursos inegavelmente desfavoráveis. A Ásia Oriental continua a demonstrar uma dinâmica elevada, enquanto a Europa de Leste parece não conseguir inverter o ciclo negativo de desenvolvimento. Portugal conjuntamente com a Grécia posiciona-se na tranche superior das economias de rendimento intermédio, propiciando à sua população um rendimento médio per capita de cerca de 9000 dólares. No quadro da UE este indicador permite inferir por uma continuação das assimetrias económicas, apesar de Portugal ter registado entre 1980 e 1993 uma taxa de crescimento anual superior à dos países mais desenvolvidos. Com um PIB per capita (em paridades de poder de compra) de cerca de 11 mil ECU's, Portugal contribui para 2% da produção total de bens e serviços da UE para um peso relativo da população de 2,8%. A Alemanha conjuntamente com a França, Itália e Reino-Unido são responsáveis por cerca de 3/4 do produto interno da UE e portanto principais motores do crescimento económico. A procura interna reagindo directamente às flutuações conjunturais vem denotando um crescimento real particularmente frágil nos pequenos países (cerca de 2% ao ano), observando a OCDE e o grupo dos 7 maiores países uma taxa média anual de 3%. Para essa dinâmica contribui directamente o ritmo de crescimento do investimento bruto (5,5% na OCDE, 11,6% na América do Norte, e 2,3% na UE) e a importação de bens e serviços. Portugal observa num quadro de profundas alterações ao nível do seu sector produtivo e de enquadramento das contas nacionais nos limites impostos para a Moeda Única, uma estagnação e mesmo diminuição do consumo privado. Com uma balança comercial negativa Portugal posiciona-se no grupo dos pequenos países, cuja dinâmica de crescimento aliada a uma maior mobilidade internacional dos padrões de consumo e a uma forte dependência do exterior na aquisição de tecnologia incorporada vem perpetuando um saldo negativo. Os EUA (principal exportador mundial de bens e serviços), ainda numa fase fragilizada de retoma económica, continuam a difundir expectativas cuidadosas no que respeita à evolução deste indicador. A análise da estrutura do comércio mundial entre 1980 e 1990 permite inferir por uma diminuição do peso dos produtos não manufacturados a favor dos produtos químicos, máquinas, material de transporte e outros produtos manufacturados. Do ponto de vista regional, a Ásia quase que triplica o seu contributo para as exportações mundiais de máquinas, e duplica para os outros produtos transformados, enquanto os EUA e a UE vêm diminuída a sua posição relativa ainda que líder. A evolução das partes de mercado (indiciador da competitividade de médio/longo prazo) continua a posicionar de forma privilegiada o G-7 no espaço da OCDE, apesar dos EUA demonstrarem ao longo dos anos 80 uma perda competitiva nos produtos de forte intensidade tecnológica (tecnologias de informação, farmacêutica, aeroespacial), enquanto o Japão observa uma forte dinâmica nessas indústrias. Na Europa sobressai a Alemanha, a França e o Reino-Unido. A evolução dos preços espelha de forma particular a dinâmica económica das economias de um ponto de vista de equilíbrio, pelo que encontramos grupos de países com taxas de inflação que superam os 350% (América Latina e Caraíbas) contra uma média para a UE de 3% (1994), e de 4,3% para a OCDE (2,2% para o G-7). Portugal vem-se aproximando da média da UE de forma particularmente visível nos anos mais recentes (5,2% em 1994) e no quadro evolutivo da Europa no sentido da Moeda Única.
Informação Complementar Produto Nacional e Rendimento Nacional O PIB expressa o valor da produção realizada no país enquanto o PNB traduz o valor da produção realizada pelas unidades residentes. O PIB a custo de factores é calculado (na óptica da produção) através da soma dos valores acrescentadas (VAB) dos diversos ramos de actividade (agricultura, indústria, construção, transportes, administração pública, ...); a preços de mercado inclui o IVA sobre a produção e os impostos líquidos sobre as importações. O PNB obtém-se adicionando o saldo dos rendimentos do resto do mundo (ou seja, remunerações e rendimentos de propriedade e empresa recebidos do resto do mundo líquidos dos pagos). O PIB a p. constantes (anulando o efeito inflação) é considerado um indicador do crescimento económico. O Rendimento Nacional (RN) corresponde ao PNLcf (PNLcf=PNBcf - amortizações) ou seja trata-se do cálculo do valor da produção pela óptica do rendimento, salientando como foram repartidos os rendimentos resultantes da produção efectivada (remunerações do trabalho, rendimentos das empresas, poupança,...). Deste modo utiliza-se o PNB per capita em comparações internacionais como indicador expedito de desenvolvimento das forças produtivas. Apresenta contudo duas principais deficiências: não reflecte os poderes de compra nacionais e tende a subestimar o produto das economias não monetárias. Por último o valor da produção pode ser ainda analisado do ponto de vista da despesa, o que permite conhecer o destino ou a utilização dados aos bens e serviços criados (consumo privado, consumo público, formação bruta de capital fixo, exportações, importações, variação de existências).* Conceição Moreno Licenciada em Economia pelo ISEG. Mestre em Economia e Gestão de Ciência e Tecnologia. Coordenadora da Unidade de Estudos da CESO I&D. Dados adicionais Gráficos / Tabelas / Imagens / Infografia / Mapas (clique nos links disponíveis) Países nos principais grupos mundiais Rendimento nacional per capita População e PNB per capita, 1993 Estrutura do comércio mundial, 1980-1990 Evolução do saldo da balança comercial
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