Pesquisa Avançada | Regras de Pesquisa | ||||
Onde estou: | Janus 1998 > Índice de artigos > Relações exteriores > Economia e recursos > [Indústria e efeito de estufa: desafios e soluções] | |||
|
ESTE ARTIGO CONTÉM DADOS ADICIONAIS CLIQUE AQUI! O estudo das alterações climáticas como resultado do aumento das concentrações de gases de estufa tornou-se, portanto, um dos principais temas de debate durante a década passada. A falta de respostas concretas face a determinadas questões tais como "Que aumento de temperatura?... Quando se irá notar?... Devemos preocupar-nos?..." conduziu à assinatura, durante a Cimeira da Terra realizada em 1992, da Convenção Quadro das Alterações Climáticas, que constitui uma peça fundamental no esforço internacional de combate ao aquecimento global do planeta.
Fontes emissoras de "gases de estufa" A maior contribuição da actividade industrial no aumento da libertação de gases de estufa está ligada às emissões de CO2 libertadas pela queima de combustíveis fósseis para produção de energia (entre os quais se encontram os transportes). Para além deste facto, o sector industrial é também responsável por emissões significativas de CH4, N2O e outros gases decorrentes de processos industriais dos quais ressaltam os CFC, os HFC e os HCFC. Sabe-se que em termos comparativos, as actividades antropogénicas desempenham um papel preponderante nas emissões totais tanto de CH4 como de N2O. Para o CO2, o contributo percentual das emissões antropogénicas é menor, sendo também o composto menos eficiente em termos de gás de estufa (gráfico Estimativa Numérica De Potenciais De Aquecimento Global Comparativamente Ao CO2). Verifica-se que a família dos substitutos dos CFC apresenta o potencial mais significativo em termos dos seus efeitos ao nível do aquecimento global (quimicamente estáveis com um tempo de vida de centenas de milhares de anos). No caso de Portugal as emissões anuais globais de CO2 ascendem a 57 milhões de ton/ano, as de CH4 a 391 mil ton/ano e as de N2O atingem as 55 mil ton/ano, enquanto as emissões dos compostos fotoquímicos são da ordem das 221 mil ton/ano para o NOX, 644 mil ton/ano para os COVNM e 1086 mil ton/ano para o CO. A estratégia definida no âmbito da Convenção das Alterações Climáticas prevê que, para países como a Bélgica, Dinamarca, Alemanha, França, Itália, Luxemburgo, Holanda, Áustria, Finlândia e Reino Unido as emissões de C02, CH4 e N2O em 2010 sejam iguais ou inferiores às existentes em 1990. No caso da Grécia, Irlanda, Espanha, Suécia e Portugal prevê-se que aquelas emissões no ano 2010 sejam superiores às de 1990, devendo Portugal permitir um acréscimo de 40%.
Desafios e Soluções É sabido que as propriedades radiativas da atmosfera estão a mudar e que os efeitos destas alterações sobre o clima serão profundas. Os modelos climáticos indicam por sua vez que a alteração mais significativa será o aquecimento global. No entanto, mesmo que assim não seja, outros efeitos igualmente profundos são inevitáveis, com consequências bastante diversas (gráfico Esquema Dos Possíveis Efeitos Associados Ao Aumento Das Emissões De «Gases De Estufa»). Por isso, opções para redução das emissões antropogénicas são importantes:
Uma alternativa para reduzir as emissões de CO2 é a aplicação de taxas sobre o teor de carbono nos combustíveis, por forma a desencorajar a sua utilização indiscriminada. Paralelamente às taxas sobre o CO2, deverão ser implementadas taxas relativas aos outros "gases de estufa", calculadas estas de acordo com a eficácia de cada gás, em particular face ao aquecimento global. Os esforços iniciais de redução das emissões de "gases de estufa" não acarretarão custos demasiado elevados. De facto, a redução das emissões de "gases de estufa" não produzirá benefícios apenas ao nível das alterações climáticas globais, visto que o aumento da eficiência dos processos industriais conduzirá a ganhos económicos importantes. A diminuição das emissões industriais e das emissões das fontes móveis fará melhorar a qualidade do ar nos centros urbanos e diminuirá as chuvas ácidas. No caso da diminuição da desflorestação em larga escala, obter-se-ão benefícios em termos da redução da erosão dos solos, da preservação da paisagem, dam biodiversidade e de habitais florestais. A própria preservação das florestas também proporciona benefícios económicos importantes. Não se pode esperar por descobrir um sinal dramático que confirme sem margem de dúvidas o aquecimento global da Terra. Se se procurar obter um sinal deste tipo, ter-se-á de esperar bastante tempo, uma vez que as alterações dos regimes globais são muito morosas. Então poderá ser já demasiado tarde para que as medidas que invertam o sentido dessas alterações possam produzir alguns efeitos! Concentrações de CO2 na atmosfera Esquema dos possíveis efeitos associados ao aumento das emissões de "gases de estufa"
|
| |||||||