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ESTE ARTIGO CONTÉM DADOS ADICIONAIS CLIQUE AQUI! Considerou-se que os modelos de Inserção Geoeconómica de Portugal, no médio/longo prazo, se poderiam definir a partir dos seguintes quatro parâmetros: 1. A Importância Relativa do Comércio Internacional de Bens e Serviços, do Investimento Internacional, dos Fluxos de Cooperação e das Actividades Culturais e Científicas, na Inserção da Economia Portuguesa na Economia Mundial; 2. O Padrão Geográfico Comparado do Comércio de Bens e Serviços, do Investimento Internacional, dos Fluxos de Cooperação e das Actividades Culturais e Científicas; 3. A Organização Geográfica da Rede de Alianças dos Principais Pólos Patrimoniais de Base Portuguesa; 4. O Modo Privilegiado da Inserção de Portugal nas Redes e Rotas Internacionais de Transporte de Bens e Serviços, de Pessoas e de Comunicação/Informação. Por sua vez, cada Modelo de Inserção Geoeconómica relaciona-se com a Dinâmica de Actividades, a partir da identificação do tipo de Funções Geoeconómicas desempenhadas pela Economia Portuguesa no Espaço Europeu e Mundial, a nível das actividades industriais e terciárias, e dentro destas considerando especificamente as logísticas, tendo-se distinguido sete tipos básicos, que se combinarão em proporções diferentes, como bases possíveis de suporte a cada Modelo de Inserção Geoeconómica: a) Plataforma de Subcontratação Industrial e Fornecimento de Bens Intermédios;
Modelo Euro Ibérico A caracterização deste Modelo organiza-se em torno do seguinte conjunto de parâmetros: • Inserção da economia portuguesa na Economia Europeia e Mundial centrada no comércio internacional e nos fluxos de Cooperação; papel significativo da internacionalização de grupos empresariais de base ibérica e fraca capacidade de atracção, por Portugal, de Investimento Directo Internacional; • Papel central dos mercados europeus e exploração mais intensiva do mercado de Espanha, como mercado experimental de internacionalização; inserção, numa divisão de trabalho ibérica patrocinada por empresas multinacionais, com os pólos de maior valor acrescentado a localizarem-se em Madrid, Catalunha e Valência, e no vale do Ebro; • Importância crucial dos Fundos Estruturais da UE na dinâmica das actividades em Portugal; aproveitamento do Acordo de Lomé para estruturar uma cooperação centrada nos PALOP; cooperação autónoma e selectiva com Timor Leste; incapacidade de manter funções de articulação económica em Macau; • Alianças privilegiadas dos principais pólos patrimoniais portugueses com grupos de base em Espanha, nomeadamente nas áreas da Banca e de Sectores Infra-estruturais como as Telecomunicações e Energia; completadas com alianças com empresas estatais de Angola na área da energia e dos minérios; • Internacionalização dos grupos portugueses tendo como alvos principais a Espanha, Angola e o Magrebe e fracasso relativo de uma tentativa de criar forte presença no Brasil; integração do sector financeiro português em grupos espanhóis, arrastando, a prazo, uma perda de autonomia de decisão sobre a internacionalização nos sectores infra-estruturais como as Telecomunicações e a Energia; papel central dos grupos associados às indústrias da madeira, cimento e minerais não metálicos, bem como à grande distribuição na dinâmica de investimento externo de empresas portuguesas; • Ausência de Relacionamento Directo com Rotas e Redes de Carácter Global; reforço do papel da Espanha como nó nas grandes infra-estruturas de relacionamento da Península Ibérica com a Europa e o resto do Mundo: eixos rodoviários internacionais, aeroportos, portos, redes energéticas; ocupando Portugal, na melhor das hipóteses, a posição de "estação final" de redes europeias; • Funções Geoeconómicas desempenhadas no espaço europeu e mundial caracterizadas pelo predomínio de funções de Plataforma de Subcontratação Industrial e de Fornecimento de Bens Intermédios e de Espaço de Prestação de Serviços Pessoais; • Estrutura de Conexões Internacionais dominada pelas relações com Espanha e PALOP e pela relação com a União Europeia como "equilibrador" das relações peninsulares
Modelo Euro Continental A caracterização deste Modelo organiza-se em torno dos seguintes parâmetros: • Inserção da economia portuguesa na Economia Europeia e Mundial centrada no comércio internacional e nos fluxos de Cooperação; mas com papel significativo da internacionalização dos grupos empresariais de base portuguesa e, simultaneamente, fraca atractividade de investimento directo internacional; • Papel central dos mercados europeus, exploração intensiva do mercado de Espanha e das relações União Europeia – Mercosul na estruturação da presença de Portugal nos mercados internacionais; inserção subalterna numa divisão de trabalho ibérica patrocinada por empresas multinacionais, com os pólos de maior valor localizados em Madrid, na Catalunha, Valência e no vale do Ebro; • Importância dos Fundos Estruturais da União Europeia na dinâmica das actividades, e do aproveitamento do Acordo de Lomé no desenvolvimento da cooperação com os PALOP; cooperação autónoma e selectiva com Timor Leste; envolvimento conjunto luso-franco-brasileiro em iniciativas na área económica, financeira e tecnológica em Macau; • Alianças privilegiadas dos principais pólos patrimoniais portugueses com grupos de base em Espanha e em França, nomeadamente nas áreas da Banca e dos Sectores Infra-estruturais como as Telecomunicações, Energia e Ambiente; • Internacionalização dos grupos portugueses tendo como alvos principais Espanha, Brasil, Magrebe e Angola, e numa segunda linha a Europa Central, com destaque para a Polónia; motor desse processo residindo nos Sectores Bancário, Grande Distribuição, Telecomunicações, Energia, Ambiente e Obras Públicas em regime BOT; negociação de participações portuguesas em alianças ibéricas, mas com poder contratual reforçado, por parte de grupos portugueses; • Papel da Espanha como principal nó nas grandes infra-estruturas de relacionamento da Península com a Europa e o resto do Mundo, nomeadamente ao nível ferroviário e aeroportuário; mas registando-se um desempenho por Portugal de funções ibéricas na área do transporte multimodal de mercadorias, com base na exploração do potencial dos portos portugueses (transporte marítimo/transporte ferro e rodoviário); • Funções Geoeconómicas desempenhadas no espaço europeu e mundial caracterizadas pelo predomínio de funções de: Plataforma de Subcontratação Industrial e de Fornecimento de Bens Intermédios; Espaço de Prestação de Serviços Pessoais; Nó de movimentação ibérica de mercadorias; • Estrutura de Conexões Internacionais dominada pelas relações com a Espanha, com a América Latina, a partir do Brasil, e com Angola, constituindo as relações com a França um factor "equilibrador" das relações peninsulares, adicional ao papel desempenhado pela União Europeia; papel chave das relações de Portugal com Angola, para onde também convergiria o interesse da França e do Brasil; papel complementar das relações com Marrocos e Europa de Leste (vd. Polónia). No artigo “Portugal: interfaces geoeconómicos europeus e mundiais (II)”, desenvolvemos o Modelo Euro-Atlântico e o Modelo Euro-Global.
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