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ESTE ARTIGO CONTÉM DADOS ADICIONAIS CLIQUE AQUI! Na realidade, as economias modernas, na actualidade, estão envolvidas num processo contínuo e crescente de desmaterialização da produção, na medida em que a estrutura de custos dos produtos é, em maior ou menor grau, dominada por elementos imateriais. As componentes intangíveis mais comuns da produção são, entre outras, a qualidade, a investigação e desenvolvimento, a distribuição, a formação e o apoio aos clientes. Como se pode facilmente verificar, uma boa parte dos elementos referidos têm características predominantemente de serviços, pelo que a produção de bens físicos constitui muitas vezes apenas uma parte limitada e decrescente do processo de formação de valor acrescentado. Segundo um estudo da Comissão Europeia, o processo de desmaterialização, quer no seio da empresa, quer entre empresas, reflecte três fenómenos paralelos:
Este mesmo estudo refere que ao nível do sistema económico no seu conjunto, o processo de desmaterialização se reflecte no predomínio crescente do sector dos serviços, quer quando medido pelo emprego, quer pela sua contribuição para o produto nacional. À medida que as actividades do sector dos serviços e do sector da indústria vão estando cada vez mais interligadas, e as empresas constituem cada vez mais redes de empresas muito especializadas e diferenciadas, o processo de inovação tende a, em termos de cadeia de valor, ultrapassar os limites definidos pelos sectores económicos tradicionais. Dentro destas cadeias ou redes, a troca de conhecimentos (não necessariamente novos) desempenha um papel fundamental na alimentação da inovação. Na inovação, o elemento mais relevante é uma melhor e mais extensiva exploração do conhecimento como fonte de valor acrescentado. O conhecimento, no sentido geral do termo, desenvolve-se como um recurso que é fundamental para a inovação. Dado este papel inovador dos elementos imateriais ou " intangíveis" a eficiência do investimento produtivo depende crescentemente do investimento adequado em factores de produção imateriais, como a I&D (investigação e desenvolvimento), o software e o marketing entre outros. O peso dos elementos imateriais no processo de produção como um todo já representa mais de metade do que é devotado ao investimento físico. O progresso tecnológico, uma das principais fontes de crescimento da produtividade no longo prazo, é medido através do nível e eficiência do investimento intangível. Se aceitarmos uma das definições de competitividade de Krugman segundo a qual esta é a capacidade do país produzir bens e serviços que passam o teste da concorrência internacional e simultaneamente de garantir aos seus cidadãos níveis de vida crescentes e sustentáveis; se aceitarmos também a demonstração deste economista que prova que a taxa de crescimento dos níveis de vida é, basicamente, igual à taxa de crescimento da produtividade doméstica e, por último se aceitarmos que, como já foi afirmado, o progresso tecnológico é uma das principais fontes de crescimento da produtividade no longo prazo, então temos uma relação entre o primeiro conceito – a competitividade – e o último – o progresso tecnológico – medido este pelo nível de eficiência do investimento intangível. As análises que se baseiam apenas ou fundamentalmente nas despesas efectuadas em I&D, esquecem que estas são apenas um input e não uma medida de sucesso. O desenvolvimento, a identificação, a aquisição e adaptação da tecnologia (nova ou já existente) são na verdade os elementos fundamentais para a criação de novos produtos. Do conjunto de elementos que constituem o investimento intangível, o pedido de registo de patentes parece um bom indicador da tradução no mercado do progresso tecnológico. Globalmente a análise demonstra, de acordo com os dados disponíveis, que Portugal é um país muito dependente do exterior em termos de tecnologia e que, estranhamente, o número de pedidos de registo de patentes feitos por residentes, que em termos absolutos e relativos já era pequeno, diminuiu no período em análise. Os elementos do quadro dão uma ideia da produção tecnológica do país e permitem a sua comparação com o grupo de países/zona considerados relevantes (ver Infografia). Como se pode verificar, o número de pedidos de registo de patentes feitos por residentes em Portugal diminuiu no período considerado, contrariando a tendência registada pelos outros países e pelo conjunto quer da União Europeia quer da OCDE. Refira-se ainda que Portugal apresenta nesta área o valor mais baixo, ultrapassando apenas a Islândia. Se analisarmos o coeficiente de "inventividade", definido como o número de registo de patentes feitos por residentes por cada 10000 habitantes, Portugal uma vez mais apresenta os valores mais baixos (e sempre iguais a 0.1, para todo o período considerado). É interessante referir o caso japonês que apresenta valores próximos dos 27.0 para todo o período que se devem comparar com valores próximos de 2.4, 6.0, e 4.1, respectivamente para a União Europeia, para a zona OCDE e para os Estados Unidos. Se olharmos para os dados contidos no quadro, que nos dá uma ideia da penetração tecnológica, e mesmo considerando a descontinuação da série em 1992, podemos verificar que esta tem vindo a aumentar significativamente nos últimos anos considerados, apresentando valores semelhantes aos da Grécia e da Irlanda. Uma vez mais o caso japonês merece especial atenção. Se adicionarmos os dados contidos nos dois quadros anteriores, obtendo o pedido de registo de patentes nacionais podemos de alguma forma avaliar a dimensão do mercado tecnológico que cada país representa, assim como obter uma ideia do mercado potencial para bens e serviços. Os valores obtidos mostram que o mercado português tem vindo a aumentar, embora seja fácil concluir que este aumento se fica a dever essencialmente aos pedidos de patentes feitos por não residentes, com as consequências que daí se podem extrair. Portugal, no que se refere à difusão internacional de tecnologia (ver quadro), uma vez mais apresenta valores muito inferiores aos dos restantes países, sendo novamente o país que apresenta os valores mais baixos. Como toda a análise já indiciava, no rácio de dependência (quadro) Portugal é, naturalmente o país que apresenta o valor mais elevado. Contudo, se utilizarmos os dados referentes à taxa de cobertura para os produtos que, segundo a classificação da OCDE, são intensivos em tecnologia, Portugal apresenta valores superiores aos da Grécia e da Espanha no sector da electrónica, e no caso da Grécia o mesmo acontece no sector da farmacêutica e "outros".
Informação Complementar Evolução da Distribuição do Emprego no Sector Industrial Embora os dados apresentados não sejam muito actualizados, reportam-se a um período de 20 anos, durante o qual não se verificaram, como se pode ver, alterações significativas na distribuição do emprego em Portugal. De facto, e analisando, podemos verificar que se classificarmos as indústrias segundo os salários, 66.3% do emprego industrial era, em 1970, da responsabilidade das indústrias de baixos salários, valor que praticamente não se alterou em 1993, e que representa o valor mais elevado do no conjunto dos países considerados. Se alternativamente a classificação for segundo o nível tecnológico, o sector de baixa tecnologia aparece em primeiro lugar nos dois anos da análise, com valores ainda iguais a 76% em 1993. No caso de analisarmos estes dados de acordo com os factores que são susceptíveis de afectar a competitividade aparecem em primeiro lugar as indústrias trabalho-intensivas, logo seguidas das recursos-intensivas. Por fim, se o critério for a qualificação do trabalho, temos em lugar destacado o trabalho não qualificado. Pedidos de registo de patentes feitos por residentes Registo de patentes pedido por não residentes Pedidos de registo de patentes feitos no exterior por residentes
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